terça-feira, 22 de novembro de 2016

O meu papel...

Saudades !!! Tentei rascunhar aqui um retorno umas mil vezes, mas nunca era o momento certo, nem sei se agora é, mas na boa, se fosse esperar por momentos certos, talvez estivesse ainda na estação esperando aquele trem pro meu mundo imaginário de perfeição que nunca chegou e nem vai chegar, portanto, todos a bordo que tô voltando!
Teve ensaio, rascunho, medo e muito desejo de começar a escrever, mas a gente tem uma mania horrível de querer ser nada menos que perfeito, e aqui pensando nao conheço sentimento mais paralisante e nocivo que a perfeição. Ele aniquila a espontaneidade que, no meu caso me impediu de dar o pontapé de voltar a escrever e que também tenha sido o culpado de me fazer parar de vir aqui. 
E por que voltei, acabou o medo de nao ser perfeita? Muito pelo contrário, bati o pé no fundo do poço e vim aqui prá dizer que sinto muito, sinto estar nesse lugar chamado pânico, por ter esgotado todos recursos que possuía e que me mantinham de pé, sinto ter perdido a fé em mim e em tudo que construí, que sinto muito por ter tido vergonha de pedir ajuda quando os primeiros sinais bateram forte e fiz questão de ignorar, mas não sinto muito de dividir essa experiência com voces, porque acredito piamente que alegrias compartilhadas ampliam e dores repartidas, vão perdendo sua potência...
Nessa ultima semana, sinto que morri e ressuscitei diversas vezes, tive odio mortal de mim, pois poxa vida, sei o script todinho do que me corrói e do que me constrói e não consegui simplesmente interpretar o texto. Na verdade, talvez por ter achado que se seguisse um roteiro, as chances de sucesso seriam maiores, é que me dei mal, devia ter improvisado mais e apostado que ali, no incerto, no imperfeito,  onde eu posso ser um pouco de tudo, é que me encontro no melhor papel da minha vida!

2 comentários:

  1. Que incrível! Suas palavras traduziram meus pensamentos. Adorei ler isso. De verdade.

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Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando... [ Clarice Lispector ]